África

Guerra na Ucrânia agravou fome em África, mas não é a causa principal

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Turkana women carrying firewood walk past a carcass of a cow, in the area of Loiyangalani, which is the worst affected by the prolonged drought, in Marsabit, northern Kenya, on July 12, 2022. – At least 18 million people across the Horn of Africa are facing severe hunger as the worst drought in 40 years devastates the region. (Photo by Simon MAINA / AFP)

O acordo entre Rússia e Ucrânia para a exportação de cereais “é crítico” para os países ameaçados pela fome, mas a guerra não é a causa da atual crise alimentar em África, segundo a Cruz Vermelha Internacional.

“Se estamos a falar de fome agora, não é por causa da guerra na Ucrânia. Vimos que os indicadores de uma crise alimentar estavam a aparecer em África muito antes deste conflito, embora tenha complicado as coisas e agravado alguns problemas”, declarou hoje Peter Maurer, presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em declarações em Genebra.

Saiba mais: Fome catastrófica ameaça vida de um milhão de pessoas

 

A estimativa do número de pessoas sob ameaça iminente de fome na região do Corno de África (Somália, Etiópia, Quénia, Eritreia e Djibuti, mais partes do Sudão e do Sudão do Sul) ascende a 22 milhões.

Maurer fez saber hoje que os hospitais geridos por organizações humanitárias nesta vasta região estão a registar há mais de um ano um aumento acentuado do número de pessoas gravemente subnutridas, particularmente crianças e mulheres grávidas.

“A guerra na Ucrânia apenas nos colocou perante esta situação de forma mais clara, e não é por haver um acordo sobre a saída de cereais da Ucrânia que vamos relaxar. Temos de olhar para esta questão a longo prazo, porque, caso contrário, dentro de um, cinco, dez anos estaremos a falar da mesma coisa”, acrescentou Peter Maurer, numa conferência de imprensa destinada a chamar a atenção para a situação.

O presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha (IFRC, na sigla em inglês), Franceso Rocca, informou que um total de 24 países de toda a África estão a sofrer a pior crise alimentar em décadas, como resultado da seca em algumas áreas, inundações noutras, pandemia e conflitos armados.

“Prevemos que a situação piore em 2023, e temos de agir rapidamente para salvar o maior número de vidas possível”, afirmou. A IFRC é a maior rede mundial de ajuda humanitária e coordena o trabalho das dependências nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nos países muçulmanos. O CICV tem como missão principal o fornecimento de ajuda a vítimas de conflitos e catástrofes, incluindo as de origem climática.

Atualmente, uma em cada três crianças com menos de 5 anos na África Subsariana sofre de desnutrição crónica e duas em cada cinco mulheres grávidas estão anémicas devido à escassez de alimentos disponíveis. A maioria das pessoas nesta região do mundo vive com menos de 1,90 euros por dia.

JN/MS

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