Cobra venenosa no cockpit obriga piloto a aterrar de emergência

A presença de uma cobra, cuja picada pode ser fatal, no cockpit de um pequeno avião na África do Sil obrigou, esta semana, a uma aterragem de emergência. A atitude do piloto foi elogiada pelo comissário nacional da aviação civil.

Era só mais um voo para Rudolph Erasmus, até o piloto sul-africano se aperceber da presença de um passageiro extra no avião, a mais de três mil metros de altitude: uma cobra venenosa no cockpit, que o obrigou a fazer uma aterragem de emergência.

“Para ser honesto, é como se o meu cérebro não tivesse processado o que estava a acontecer. Foi um momento de admiração”, relatou o piloto à BBC, contando que começou por sentir uma “sensação de frio a subir pela camisa”, que pensou ser água a pingar da roupa. “Quando me virei para a esquerda e olhei para baixo, é que vi a cobra a recuar a cabeça para baixo do assento.”

O episódio aconteceu esta semana, no voo interno que fazia a ligação entre Bloemfontein a Pretoria, na África do Sul. A bordo do avião privado pilotado por Rudolph, um Beechcraft Baron 58, seguiam mais quatro passageiros, forçados a aterrar de emergência na cidade de Welkom.

Receando causar pânico, o piloto ainda hesitou contar aos passageiros a visita inesperada, mas acabou por fazê-lo. “Ouçam: há uma cobra dentro da aeronave, por baixo do meu banco, por isso vamos tentar descer assim que conseguirmos'”, comunicou, calmamente, Rudolph Erasmus, provocando uma reação de completo silêncio. “Podia ouvir-se uma agulha a cair. Acho que toda a gente congelou durante um minuto ou dois”, relatou o piloto.

De acordo com a BBC, apesar do arrebatamento sentido, o piloto correu risco de vida. Uma mordida de uma cobra capelo (Naja nivea) pode provocar a morte de um ser humano em meia hora.

O comissário sul-africano da aviação civil, Poppy Khosa, destacou a “grande capacidade” de Erasmus de lidar com a situação. admitindo que “poderia ter sido desastroso”. “Salvou todas as vidas a bordo”, exaltou o responsável, citado pela imprensa do país.

JN/MS