Ataque aéreo dos EUA mata 17 terroristas na Somália

Pelo menos 17 membros do grupo terrorista Al-Shebab morreram num ataque aéreo de forças norte-americanas na Somália, na quarta-feira passada, informou hoje o Comando Militar dos EUA na África (AFRICOM).

O bombardeamento ocorreu numa “área remota” a aproximadamente 285 quilómetros a nordeste da capital somali, Mogadíscio, onde o Exército Nacional Somali estava a lutar contra os combatentes do Al-Shabab, afirmou o AFRICOM em comunicado. “A pedido do Governo Federal da Somália, o Comando Africano dos EUA realizou um ataque coletivo de autodefesa contra os terroristas do Al-Shebab que estavam a atacar as forças somalis”, explica a nota oficial.

De acordo com uma avaliação inicial do AFRICOM, o ataque “matou 17 terroristas do AlShebab”, mas “nenhum civil foi ferido ou morto”. “A Somália continua a ser a chave para a estabilidade e segurança em toda a África Oriental”, realçou o Comando Militar norte-americano, cujas forças continuarão a “treinar, aconselhar e equipar” os seus aliados para “fornecer-lhes as ferramentas necessárias” para os combates.

O AFRICOM divulgou o comunicado depois de o governo somali ter assegurado, na quarta-feira, que o Exército Nacional, apoiado por parceiros internacionais, tinha matado 97 membros daquele grupo terrorista em duas operações antiterroristas no centro e no sul do país. Na semana antes, o exército somali informou da morte de outros 100 membros do Al Shabab numa operação no centro do país, na qual também foi recuperado o controlo de várias cidades.

Estes anúncios surgem na sequência de um duplo ataque com dois carros-bomba perpetrado a 29 de outubro contra o Ministério da Educação na capital somali, no qual pelo menos 120 pessoas morreram e mais de 269 ficaram feridas. O presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, culpou o grupo, afiliado desde 2012 na rede terrorista Al Qaeda, pelo “ataque terrorista cruel e covarde”.

Mohamud declarou em 23 de agosto uma “guerra total” para “eliminar” o grupo terrorista, cujos combatentes tomaram um conhecido hotel em Mogadíscio por trinta horas, dias antes, matando 21 pessoas. Desde então, várias operações militares, apoiadas pelos Estados Unidos com Força Aérea, foram realizadas contra aquele grupo terrorista. O Al-Shebab comete frequentemente ataques terroristas em Mogadíscio e em outras partes da Somália para derrubar o governo central – apoiado pela comunidade internacional – e estabelecer pela força um estado islâmico wahabita (ultraconservador). O grupo controla áreas rurais do centro e sul da Somália e também ataca países vizinhos, como Quénia e Etiópia.

NM/MS